segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A dificuldade estava só em aceitar a mentira. Mas depois que aceitou, ele voltou-se ao seu mundo e sorriu. Pensou consigo algumas coisas irrelevantes demais para serem ditas. Sorriu outra vez. E a cada passada, voltando ao encontro de si, sorria com mais força. Mas, não sorria por que voltava. Sorria por que se distanciava. A felicidade que invadia era proporcional a distancia. Que crescia. Que ele fez com que crescesse. Que ainda faz. Por que é dessa forma que acontece quando se descobre que. E ele sorriu de novo. Talvez tivesse duas ou três lágrimas brincando em seu rosto. A sensação de burrice o atingira com tanta força que se explica facilmente, então, o fato. Mas eram tantos os fatos. Os passos. Os caminhos. As sensações. As mudanças. As pessoas. As traições. As circunstancias. As angustias, incertezas, inseguranças. Tanta coisa que ele não sabia o que dizer. E ele queria muito ter dito alguma coisa. Qualquer coisa. Que fosse relevante. Que alguém lembrasse. Que fizesse parar. Queria tanto ter dito. O que Caio disse. O que Clarice disse. Ana Cristina. Quitana. Moska. Sei lá. Ele só queria ter dito. E não ficar com essa vontade besta de vomitar borboletas ou ter um coração na garganta. Ele não queria. Mas ninguém precisa saber. Ele considerava estar vivo, um motivo suficientemente conciso para estar feliz. Até por que a dificuldade estava só em aceitar a mentira. Mas depois que aceitou, voltou-se ao seu mundo e sorriu.

Um comentário:

duas disse...

que negócio ABSURDAMENTE lindo!