quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Poderia ser um animalzinho manso ou uma enorme besta.
Deveria ser interruptamente interessante, se não, simplesmente besta.
Quando não se tem graça, é besta.
Quando a graça é simples ainda assim é besta.
Para acertar o tiro, uma besta.
Com o fim dos tempos, a besta.
Com um coração bobo: Um besta.
 
Das diferentes formas de ser besta, você pode ser besta assim e eu assado. Um besta bom ou abestalhado. Superficial ou profundo. Imprevisível, é tudo o que meu conhecimento empírico dispõe a cerca do que seria essa espécie. Tudo o que eu poderia cogitar-me quando me definem assim. Do objeto ao burro. Desses diversos tipos que a gente encontra por aí. Dos que lêem o mesmo pequeno livro dias seguidos, sobre o amor de alguém tão besta quanto se pode ser. Um pseudônimo, menininha, você vai entender. Que vive repetidas situações com diferentes personagens. Repetidamente vazio. Repetidamente ignorado. Repetidamente. Besta.
 
Denso! Toda atitude de um besta é assim, densa. Uma confusão de agrados e mimos para exemplificar o que talvez nem exista. Mas que eles, juram com força que existe. E vai lá, com a maior cara de tonto da maneira mais inequívoca ganhar um sorriso, por que é assim que funciona com esses. Bom, o que se sabe por trivialidade é que a melhor e mais evidente característica de um besta é justamente essa, “ser besta”. Possuir padrões baixos de felicidade elevada. Fora traumas e dramas, eles são feitos praticamente de piadas. Se pudessem fazer uma composição em porcentagem seria mais ou menos assim, 9% de traumas, 40% de sorriso, 30% de teimosia, 20% de outras coisas desimportantes e 1% de memória. Por que antes de qualquer coisa, um excelente besta deve possuir o mínimo de memória possível só para possuir o entendimento que tem. Como se fosse vendado a cada situação.
 
Só esses tipos raros de humanos são assim. Desenvolvem naturalmente maturidade adulta e capacidades infantis, simultaneamente. Como estender a mão em um gesto de reconhecimento: “Eu preciso ser guiado”. Crianças, namorados, bobos e bestas fazem isso. Reconhecem limites, potenciais, pessoas, situações e necessidades. É incrível! Um besta sempre necessita de algo, simples e sofisticado, geralmente não é uma necessidade para si, mas ele insiste e necessita sempre. Como fazer um sorriso, por exemplo. Todo bom besta tem essa vontade. De fazer algo inigualável que as pessoas normais não conseguem fazer, mas eles sempre conseguem. Entre coisas que não é comum fazer, mas que eles fazem enquanto não estão sendo notados (e é incrível como raramente nota-se um besta), é conjugar verbos impessoais. Exemplo? Acontecer, chover. O besta sempre acontece esporadicamente e ‘vezemquando’ chove por isso.
 
Mas, por outra característica excêntrica é que ele continua, além de esquecer-se fácil porque chovera, ele tem teimosia para ser. E incansavelmente ele acaba sendo. Em um exercício que para qualquer um poderia ser exaustivo, mas não pra mim. E como só tenho meia hora até minha hora de dormir, vou ali reler o mesmo livro. Esquecer o dia de hoje e acordar revigorado para tentar fazer a menininha feliz amanhã.



2 comentários:

Rinara disse...

muuuuuuuuuuuuuuuuito bom!!!

Yah Albuquerque disse...

incrivelmente besta! (: