domingo, 7 de novembro de 2010


  
   O tempo caminha sobre todas as coisas. Sobre as feridas, as lagrimas. Entre as distancias, as palavras. Dentro do sorriso, do discurso, do curso, percurso. Perto do foco, do fogo, da calma, da alma, de tudo. Do mundo todo e por todo mundo. No quarto, No abraço. Do que é instante, momento, duradouro ou nada. Em todos os aspectos. Na falta, no excesso. No que é essência, no que não é. No válido, no involuntário, no planejado, inesperado, no ambíguo. No que é amigo ou, falso, rude, tentador, fraco, pequeno, grandioso, supérfluo, profundo, gentil. E sobre tudo isso se derrama feito rio. Contornando as relações afetivas. Separando as partes. Reduzindo o medo. O tempo é um grande e silencioso espectador. Na platéia da frente, no assento do meio. Transformando o fictício em algo substancialmente real. Tudo acontece enquanto o tempo passa. Se uma hora o tempo parasse, nada aconteceria. Tempo é como a física. Quando falamos sobre os dois, nos encontramos totalmente submersos. Regidos por ambos, obedecendo-os. Tempo é antes, agora e depois. Os três ao mesmo tempo, sob perspectivas diferentes. Tempo é distancia que aumenta e diminui simultaneamente. Lápis e borrachas num momento só. Discrepância, desapego. Ocorrência, conjuntura; hora faz e amarra, hora desfaz e amarra. A memória do tempo aumenta com o tempo, e assim vai se dando posse dos detalhes, de todos os parágrafos e depois de toda história. E com o tempo vai se solidificando. É conhecedor e abrangente: Porque o tempo em si, é onisciente.

   Se existe um fator que realmente determine a distancia do que alguém é hoje para a pessoa que esse alguém deixou de ser a determinado tempo atrás, esse fator é um quantitativo de erro. Vai crescendo que “souber” errar. Quem soube através do medo ou insegurança, ou ingenuidade, ou burrice, ou vontade, ou por malicia, ou. Não importa. Quem se permite errar aprende, sobretudo, a crescer. É a mudança que o erro proporciona que faz com que você pense. Você erra e ri. Erra e chora. Erra e segue por que não dá pra parar. Errar repetidas vezes sobre diferentes processos é o mesmo que aprender a acertar, só que ao contrario. O ato de errar é uma resposta ao ato de ser humano. Esperar que um humano não erre é como esperar que o tempo não passe, e vai passar. Muita gente procura minimizar o erro, mas só fazem isso por que procurar a extinção completa do erro é além de outro erro, uma burrice. Sem falar que encontrá-la faria com que tudo perdesse á graça. Colocando dessa maneira, deixa parecendo que é até bom errar, e não é. Dói, fere, machuca, diminui, mancha, seca, murcha, acaba, impede, cansa, derruba, puni. O erro em si é mais um ato para escancarar o quanto alguém pode ser estúpido, mas tudo o que ele implica é o que consegue obturar a alma, abrindo-a e cicatrizando-a em seguida. Pondo armaduras. É só mais uma característica intrínseca e para sempre, já que a estupidez é onipresente.

    Se existe algo impossível e válido, e referente a isso uma pessoa qualquer tenha tentado conseguir, e conseguiu: Esse alguém certamente era dono de um infinito amor por essa determinada impossibilidade. E o que eu escrevi agora é uma das poucas certezas que eu, sozinho, pude perceber. Uma vez que alguém deixa de existir e funcionaliza-se por algo, tudo o que se espera disso há de chegar. E chega! Demora, pode ser trabalhoso, turbulento, mas sempre chega por que amor é onipotente.
   Se quiserem saber um segredo, eu digo: Tento me tornar melhor por que me amo muito. A maneira como eu tenho tentado nem sempre importa. Às vezes importa mais o que eu consigo mudar em mim. Até eu reconhecer isto levou muito tempo, e nesse recorte temporal “vezenquando” eu errava, “vezenquando” eu acertava. “Vezenquando” eu não fazia nada, não esperava nada, estava só deixando o tempo passar. Senti meia dúzia de sentimentos bons. Uma dúzia de sentimentos ruins. E eu não sei especificar onde cada um começou. Não saberia dizer quando ou por que. Parte trouxe comigo, parte deixei. Com o tempo aprendi a filtrar o que importa e diferenciar daquilo que é lixo, e esse aprendizado torna meu filtro cada vez mais estreito. Restrito. E o final abrange só aquilo que deveria contar, seja Material ou humano. Não vou deixar de errar, sei disso. Mas com o tempo vou conseguir minimizar o erro. Eu me amo muito e posso crescer mais que isso. Não existe hoje nada nem ninguém que me faça baixar a cabeça. Tenho em mim muitas capacidades que eu não vou perder e ao meu favor três agentes que me farão. O infinito me pertence.



2 comentários:

Yah Albuquerque disse...

haha, muito bom! *-*
nem tão melancolico(; KKK
amor proprio. Isso ai :D
ah, adorei as musicas *-* haha

Jonatar Evaristo disse...

Inspirador que escreve. Fico aqui, lendo e relendo. Não me canso, muito prazeroso. Parabéns