quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


“Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela, de uma aquarela que um dia enfim, descolorirá...”

Ontem eu escutei Aquarela, de toquinho. E não caberia outra maneira para iniciar esse texto, que não fosse pela memória dessa música. É a única lembrança viva que eu tenho de minha formatura do ABC. Meia dúzia de meninos e meninas. Vestidos de branco e cantando desafinadamente engraçado. Além disso, a memória mais antiga de quando eu comecei. Desde então, não parei mais.

Com dezesseis, eu decidi o que queria para mim e às cegas, rumei para minha escolha. Mais imaturo e perdido do que hoje sou e também com menos certezas do que hoje tenho. Menos respostas, menos experiências. Mas, com uma vontade infinita de crescer. Vontade intrínseca a mim, vinda muitas vezes de longe. De “nãos”. De motivos ruins. Que eu soube converter no melhor pra mim.

Quase todos os processos obedecem a uma única regra, iniciar ‘menor’ e caminhar expandindo até o final. Como se o desejo fosse mais alto que o alcance, e toda a edificação humana adquirida no processo fossem me expandindo até eu conseguir alcançar. Ter em mãos. Para mim, para sempre.

Nos últimos quatro anos a vida me revelou diversos caminhos, do material ao humano. Real ou fantástico. Desde os que eram para mim, até os que não me cabiam nem o pé. E só para ressaltar, eu não renunciei ao que eu queria. No que me cabia, eu entrei. O que não me cabia, eu me diminui e entrei também. Aos poucos o que era para mim me acolheu e o que não era, me expulsou. Algumas coisas eu aceitei de imediato, outras com o tempo. Umas eu ainda não aceito e nem sei se aceitarei um dia. Mas nunca desisti de querer e tentar o que eu quis. Muita vaidade infantil, muita idiotice, muitas escolhas erradas. Muito “tanta-coisa” que eu julgava tão sabiamente como se tivesse cento-e-oitenta-e-cinco-anos. E nem tinha. Errei muito, brinquei muito. Fui triste, feliz. Mas, tentei ao máximo não ser medíocre. E raríssimas vezes eu fui. O que eu quero dizer é que quatro anos, é tempo suficiente para praticar todos os verbos. E precisamente os últimos quatro, foi para mim uma fase de degustação. E se realização tivesse um gosto exato, seria este, impregnado em minha boca agora.

Bom, existem duas pessoas as quais eu dedico esse momento (outravez).

“Dedico este trabalho aos meus pais, Maelson Dias dos Santos e Jucilene de Araújo Santos, pelo amor e tempo que me dedicaram, por tudo o que me ensinaram, bem como pela oportunidade que eles me deram de eu poder ser quem sou, mas sobretudo, por eu amá-los infinitamente.”

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